terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Do lado de fora do muro, o Jesus que vc não conheceu.‏


Esses dias estava com alguns bons amigos falando acerca do Evangelho, diziamos como era bom
dormir em paz, sem dividas com religiões alguma, com sistemas pagãos.
Conversamos também acerca de como o Nome de Jesus é motivo de chacota na boca de algumas pessoas
e em certos meios de comunicação como a TV e a internet.
Pensei comigo, eles criticam o jesus da religião, carrasco, tirano, pseudo-banqueiro.
Eles não conheceram o Jesus do Evangelho, Senhor do anonimato, nascido nas periferias de Nazaré.
Portanto conclui que não dá pra tirar a razão dos criticos desse jesus pagão apresentado a sociedade
atraves do sistema politico-opressor chamado cristianismo instituido pelo então imperdor Constantino no seculo III.
Não se pode ver amor numa religião que queimava em fogueiras pessoas que não aceitavam suas condições, torturava
até a morte bruxos, misticos, pagãos que se negavam a ajoelhar-se aquele sistema.
O Jesus que está do outro lado do muro do cristianismo, é aquele que curava as pessoas e dizia para elas:"vai e não diga pra ninguém
o que te fiz" e como na carta de Pedro diz que Ele é o Cordeiro Imolado antes da fundação do mundo, nada me impede de acreditar
que esse Jesus que nega veemente o cristianismo é o o quarto homem com aparencia de filho dos "deuses" visto pelo Rei
Nabucodonozor na fornalha de fogo e que também não quiz sair para ser aplaudido com sadraque, mesaque e abede-nego. Afinal
Ele já estava lá com o Pai, antes do mundo, antes que o proprio tempo existisse.
Desejo de todo meu coração que quem ler esse artigo, veja o lado humano de Jesus, que não olhem mais o jesus da TV, dos auditorios
dos grandes shows, das milhonarias arrecadações.
Mas veja um cara que apenas quer o seu bem, um Jesus que não se importa com sua opção sexual, conta bancaria, com seu vicio
com sua aparencia, não se importa com sua cor de pele.
Hoje quando as pessoas me perguntam o que precisam para estar com Jesus, eu apenas digo Creiam, somente isso.
Eu não consigo acreditar num Deus que se alegra com uma pessoa que veste sua melhor roupa para num domingo a noite ir a
um templo e dizer: "obrigado Deus por eu estar aqui na sua casa e não lá fora com aqueles pecadores".
Em Atos 20:29,30 diz: "Eu sei que depois de minha partida, entre vós penetraram lobos vorazes que não pouparam o Rebanho, e que dentre vós mesmo se levantaram homens falando coisas pervertidas para arrastar os discipulos atrás deles "
Esse sistema religioso chamado cristianismo é para mim o reflexo desse versiculo, lobos que vendem objetos santos, maneiras de viver uma vida sem problemas
jardões do tipo, pare de Sofrer, esses são para mim os inimigos do Evangelho, arrastam multidões.
No mais é isso, olhem por cima do muro e irão ver o Jesus além da religião, pois como dizia um velho amigo, do mesmo jeito que nem tudo que brilha é ouro
nem tudo que tem cara de Evangelho, é de fato o Evangelho genuino, mesmo que na placa venha inscrito Jesus Cristo é o Senhor, pois já foi dito
que nem todos que falam Senhor, Senhor, entraram no Reino de Deus.

Boa noite, fraternalmente e com Carinho

Tom Rodrigues. Terra da Garoa 14/12/2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A arte de julgar com sabedoria.


Jesus disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados" (Mateus 7:1). Este versículo é citado por muitas pessoas para condenar qualquer pessoa que critica as doutrinas ou práticas religiosas de outros. Ironicamente, as pessoas que assim usam o texto não percebem que estão julgando a outra pessoa culpada de desobedecer esta proibição! É pecado julgar? Como é que devemos entender essas palavras de Jesus?

Jesus condena o julgamento hipócrita. Ele emprega uma imagem engraçada para ilustrar o ponto. Uma pessoa está sofrendo por causa de um cisco no olho, quando vem a outra oferecendo tirá-lo. Só que a outra, o juiz hipócrita, tem uma viga no olho dela! Jesus disse que temos que tirar nossas próprias vigas antes de remover os ciscos dos outros. Não devemos condenar os probleminhas dos outros quando praticamos pecados mais graves.

Jesus condena a atitude negativa do censor. Algumas pessoas vivem para criticar, sempre procurando e destacando as falhas dos outros. Tais pessoas convidam outros a ser críticos, também. Quando condenamos as pequenas falhas de outros, eles terão motivo para nos condenar (considere o exemplo do servo que não perdoou o outro, Mateus 18:23-35).

Jesus não condena a avaliação dos outros. Mateus 7 mostra claramente que Jesus não está condenando a avaliação dos outros. Temos que discernir entre o certo e o errado, e entre as pessoas que praticam as coisas de Deus e as que andam no erro. No versículo 6, Jesus exige o julgamento de pessoas que ouvem o evangelho, e a rejeição dos "porcos" e "cães". Do versículo 15 ao 20, ele ensina sobre o julgamento de professores pelos frutos (veja Mateus 16:6,11-12).

Paulo exige o julgamento. Não é o bastante dizer que o servo de Cristo pode julgar. O discípulo de Jesus é obrigado a julgar! Às vezes, alguém na igreja terá que julgar outros irmãos para resolver problemas (1 Coríntios 6:1-5). Em geral, todos nós temos que julgar todas as coisas, retendo o bem e rejeitando o mal (1 Tessalonicenses 5:21-22). Para discernir entre essas coisas, é necessário crescer espiritualmente (Hebreus 5:12-14). As pessoas incapazes de julgar continuam como crianças, como pessoas carnais (1 Coríntios 3:1).

O propósito do julgamento que Deus exige de nós não é para condenar ninguém ao castigo, mas para evitar o pecado e ajudar outros, também, ficarem livres do mal.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quem é o culpado?


Ontem (06/10/10)por volta do meio dia, eu voltava de um compromisso na zona oeste de São Paulo, quando na estação Barra funda do metrô, deparei me com os guardas prendendo dois garotos de aproximadamente 12 anos de idade, que haviam acabado de tentar furtar a bolsa de uma mulher de aproximadamente uns 30 anos, bonita, bem vestida e de bom dialogo.
Parei no ponto como quem não queria nada, num surto de uns 10 segundos dentro de mim eu gritava, bem feito, prende esses merdinhas, e creio que todo mundo que já foi vitima de assalto pensaria quase nessa categoria, mas passado os segundos olhei bem para os garotos e pensei: " porra eles são apenas crianças", na idade deles brincava de carrinho, jogava video game! O que deu errado para eles estarem ali?

Me perguntei: Quem são as vitimas nesse incidente?

Quem estiver lendo esse artigo pode até não concordar, alias não estou e nunca estive aqui pra agradar ninguém, nem falar bonito, muito menos escrever correto.

Mas para mim a vitima daquele delito não era a moça de classe media, de boa formação academica, mas sim aqueles garotos moradores de rua, talvez viciados em crack.

Também não culpo a moça por ela ter tido oportunidades na vida, mas culpo o sistema por privilegiar alguns e cronificar a desgraça de outros.

Não gente, não sou comunista, socialista ou revolucionario, muito menos acredito na democracia ou no capitalismo, e se me perguntarem o que é bom então, direi que nenhuma

das alternativas que citei acima.

Mas voltando a moça de classe media e os garotos infratores, fica a vc que lê esse artigo discernir quem sõa os culpados?

Na realidade ouve dois furtos nesse relato do metrô, uma bolsa e o direito de ser criança.

Nós como sociedade pagadora de seus impostos somos os verdadeiros culpados, nós que trocamos os valores éticos pelos interesses materiais, pela necessidade de ser visto

por ser popular, são essas escolhas nossas que tem criados "monstros" pelas ruas da cidade, garotos crescendo com ódio.

Somos um bando de equivocados ignorantes radicais que falam de justiça, mas a única justiça que agente conhece é aquela que nós mesmos decidimos.

Os culpados somos nós! SIM, vc e eu.

Sei que é forte o que vou dizer, mas estamos produzindo os assassinos de nossos filhos e netos.

Eu creio que se pode mudar, mas é uma escolha pessoal, é uma revolução de consciência, intima, e tem de abrir mão de muitas coisas.

Uma outra coisa nessa que me deixa puto é esses canalhas de ecologistas e ativistas (nem todos, pronto), com suas bandeiras de salvem

as baleias, não derrubem as arvores e bla, bla, bla. NÃO , salvem a vida humana, o ser humano é o que se tem de mais importante e uma humanidade

conscientizada não mata animais e nem derruba arvores por dinheiro.

Sou contra a matança generalizada afim de enriquecer a ganacia humana, se tiver que matar uma baleia pra alimentar 100 familias agente mata, esse é o curso

natural da vida, as coisas foram feitas para o ser humano e não o ser humano para as coisas.

Só desabafando, desculpem a minha incompetencia.



Tom Rodrigues 07/10/10 Terra da Garoa.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Palmeiras 96 anos de comunhão alviverde.



homenagem de Mauro Beting aos 96 anos do Palmeiras.

Confira:

"Nesta data querida

São 96 anos de Palestra Itália. São 68 de Sociedade Esportiva Palmeiras. São Marcos. Academia do Divino Ademir da Guia.

Somos nós.

A Sociedade Esportiva Palmeiras.

Celebrando 60 anos da primeira das cinco coroas: do time campeão da cidade de São Paulo em 1950 e 1951; campeão do Estado de São Paulo no ano santo de 1950; campeão do Rio-São Paulo em 1951; campeão da Copa Rio para sempre, pelo Brasil e para o mundo.

96! Como 1996. Ano da maior campanha da história do profissionalismo paulista. A do Palmeiras dos 102 gols. Mais um campeoníssimo que não precisa de chancela e de título para saber que era o melhor. Não ganhou mais que um Paulista? E daí? O Palmeiras não se mede por títulos. Paixão é desmedida. Não é fácil contar este Palmeiras de vitórias incontáveis e incontestáveis. Deixem que os outros contem. O palmeirense canta.

No Palmeiras, recordar é vencer. Tudo tem volta. Nesta casa, todos têm volta olímpica. Vencedora. Como o retorno do eterno Felipão. Do mago Valdivia. E do gladiador Kleber. Um palmeirense que pelo clube morreria em nossa arena. Mas, pensando bem e torcendo melhor, onde há verde há vida. Não se morre pelo clube. Ele que nos faz viver e nos faz sentir em casa.

No Palestra Itália. Onde tanta gente que não se entende canta e vibra. Boa gente que só se entende como gente quando é Palmeiras. Onde nós divergimos tanto quanto nos divertimos. Nossa casa está em obras. Volta firme, forte e verde em breve. Como nossos ídolos voltaram este ano ao clube não por questão de escolha. Mas por escola. Porque um palmeirense não escolhe o Palmeiras. O Palmeiras que nos acolhe.

Não é saudosismo. É campeonismo. É aquilo que voltou contra o Vitória, na Sul-Americana. Vitória nossa. Vitória marcante. Vitória felipônica. O espírito de 1999 encarnado na virada. O espírito desde 1914 que faz com que, ao final da partida, todo o elenco saia do gramado em direção à arquibancada. Não só para festejar. Mas para comungar. Era um só corpo, um só espírito, uma só equipe. O time. O alviverde inteiro.

Um clube que teve de mudar de nome, mas não de ideais. Gente que sabe plantar sementes e criar Palmeiras. Podemos perder a casa por um tempo, mas jamais perderemos o nosso templo. Até porque este clube é para ganhar. Amigos e jogos.

Este é o berço da Academia do país do futebol. O palco do Campeão do Século XX. O altar da comunhão palmeirense.

O Palmeiras dos filhos desta pátria mãe gentil, dos netos da Mamma Itália. Da torcida que canta e vibra nos Jardins Suspensos pela paixão, no canto de amor verde e paixão branca de Moacyr Franco.

Mas tanto amor não tem cabimento. Por isso o Palestra precisa ser maior. Moderno como o gramado elevado de 1964. Eterno como o estádio que é nosso há 90 anos. Casa que continuará sendo de cada um quando reabrir os portões para a História.

Quando a nova arena voltar, ela será como o nosso amor: ainda maior; ainda melhor; ainda mais Palestra Itália; sempre mais Palmeiras. Para abrigar cada filho que se ressente do lar ausente. Mas não do amor de mãe, de pai, de filho, do espírito santo palestrino. Do anjo-guardião que nos protege há 500 jogos. Do Divino que nos ilumina em cada campo.

Santos e deuses. Ateus e os que professam outras fés que me perdoem: vocês não sabem o que estão perdendo. Quer dizer... Vocês sabem muito mal quantas vezes já perderam.

Parabéns, Palmeiras, nesta data querida.

Parabéns, palmeirenses, por todos os dias de nossa vida em verde."

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Martin Luther King, meu pastor

Por Ricardo Gondim




Um dos maiores personagens do século XX foi um pastor batista. Homem de fé, pregador do Evangelho e cidadão humano, Martin Luther King Junior foi, seguramente, a voz que melhor encarnou o ofício de um profeta contemporâneo. Quando se levantava para falar qualquer coisa, as pessoas ouviam, presidentes temiam, excluídos sentiam-se defendidos e a humanidade ousava vislumbrar o futuro com esperança.

Martin Luther King jamais foi bem vindo em ambientes fundamentalistas, não transitava entre intelectuais intolerantes e nem era simpatizado pelos falcões militares.

Contudo, os que conviveram ao seu lado reconheciam o privilégio de desfrutar da intimidade de um homem que soube transbordar seu sonho de justiça para os negros americanos e para o restante da humanidade.

Uma bala de rifle o silenciou poucos meses antes de completar seu 39º aniversário. Contudo, sua morte prematura o conduziu para o Panteão dos heróis mundiais. As tragédias reforçam os mitos. Ninguém calou suas idéias. Não há força ou poder capaz de silenciar a verdade quando ela encarna.

Martin Luther King conseguiu jogar a cultura do preconceito no lixo da história; sem jamais advogar o ódio. Abraçado à não-violência de Ghandi, ele acreditava que a justiça social não aconteceria “de acordo com a inevitável roda do destino”, mas viria com luta e sacrifício.

Por mais que tentasse, Martin Luther King não conseguiria fugir de sua vocação. Era Deus quem o chamava. Em 1954, trilhou a senda apertada dos santos, trocando a Universidade de Boston pela modorrenta cidade de Montgomery.

Quando Rosa Parks recusou ceder o seu lugar no ônibus para um homem branco, Martin Luther King viu-se impelido a liderar um movimento que transformaria a América para sempre. Sem nunca temer marchar na frente de qualquer passeata, ele era uma inspiração para milhões de negros americanos. Todos entendiam o que a Bíblia quer revelar quando afirma que Deus quer seus filhos como cabeça e não como cauda. Com menos de trinta anos, foi eleito o “Homem do Ano” pela revista Time e logo depois recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

É mister que os pensamentos deste humilde gigante de Deus continuem circulando entre os que amam a paz e lutam pela justiça, por isso, os copio.

Amor e Justiça.

Sejamos cristãos em todas as nossas ações. Mas quero dizer-lhes esta noite que para nós não basta falar do amor. O amor é um dos pilares da fé cristã, mas há uma outra face chamada justiça. E a justiça é de fato a ponderação do amor. Justiça é corrigir com amor aquilo que se rebela contra o amor.

Deus Intervém.

Deus intervém mesmo quando a igreja não se manifesta. Deus inseriu um princípio neste universo. Deus disse que todos os homens devem respeitar a dignidade e valorizar cada personalidade humana: ‘E se não fizerem isso, assumirei o controle’. Parece que nesta manhã posso ouvir a voz de Deus. Posso ouvi-lo falando através do Universo: ‘Aquietem-se e reconheçam que Eu sou Deus, que, se não Me obedecerem, se não se corrigirem, se não pararem de explorar outros povos, eu Me erguerei e quebrarei a espinha dorsal do seu poder, até que não haja mais poder!’.

A não-violência.

Enfrentemos o ódio com amor. Enfrentemos a força física com a força da alma. Há ainda uma voz clamando através dos tempos: ‘Amai os vossos inimigos, abençoai os que vos amaldiçoam, e orai pelos que vos ultrajam e vos perseguem’. Essa mesma voz clama em termos que elevam a proporções cósmicas: ‘Quem vive pela espada, pela espada morrerá’. E a história está repleta de ruínas das nações que falharam ao não seguir essa lei. Devemos seguir a não-violência e o amor.

A esperança Cristã.

Há algo em nossa fé que nos diz: ‘Jamais se desespere; jamais desista; jamais acredite que a causa da virtude e da justiça está condenada. ‘Há algo no âmago de nossa fé cristã que nos diz que a sexta-feira pode ocupar o trono por um dia, mas ao fim dará lugar ao triunfante rufar dos tambores da Páscoa. Há algo em nossa fé que diz que o mal poder dar forma a eventos, que César ocupará o palácio e Cristo, a cruz; mas um dia o mesmo Cristo erguer-se-á e dividirá a história em a.C e d.C., de tal forma que a própria vida de César será datada em seu nome.

Há algo neste universo que justifica as palavras de Carlyle: ‘Nenhuma mentira é eterna’. Há algo no Universo que justifica as palavras de William Cullen Bryant: ‘A verdade, esmagada contra a terra, novamente se erguerá’. Há algo no universo que justifica as palavras de James Russel Lowell:

'No cadafalso, a verdade;
No trono, sempre a injustiça.
Porém, o nosso futuro
O cadafalso ilumina,
E vela Deus por seus filhos
por detrás das trevas infindas'.

Sinto a pobreza de minha geração e oro para que Deus levante homens com o quilate deste diamante negro chamado Martin Luther King Junior.


Soli Deo Gloria.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Tesouro.

Por Meu mano Vinicius Godoy

Muito falavam, os mais antigos, da alegria eufórica deste bardo. Este que antes contagiava os velhos, incentivava os mancebos, emocionava as donzelas e divertia as crianças. Hoje com sua musica triste e sua poesia ácida, contenta-se em chocar, abalar, frustrar e assustar os que ainda teimam em dar-lhe ouvidos.
Todos perguntavam-se para onde fora toda a vida que tão nitidamente emanava de seus poros? Quem lhe roubara o desejo? Por que insiste em exalar tanto pesar em existir? O que aconteceu ao amado poeta da cidade para que de tal forma se inclinasse à morte sem oferecer resistência?
Rumores contam de um evento crucial, um encontro definitivo com a vida (ou a morte), dizem que uma conversa o matou, uma história, uma simples história de um lugar, toda a trajetória da humanidade refletida na vida de uma cidadezinha contada por um velho ermitão, que em sua juventude abdicou do convívio, das viagens, dos prazeres, da vida, ao deparar-se com essa misteriosa cidade da qual o pobre bardo passa seus dias a cantar.
Convido-lhe agora a cantar sua música e a ouvir a história que mudou sua vida

“Um dia um velho eremita
Destes que pouco se vê
Focado em meus olhos que brilham, dizia
De um belo lugar pra viver

A esperança em vê-la aviltou toda dor
O desejo contido então aflorou
E pensar minha vida a gozar desse lar
Auxilia o destino a minha’lma sanar

Mas não é mais assim diz o velho a chorar
A penúria e a miséria encontraram seu lar
Os que hoje se ofendem outrora eram irmãos
A ganância e o descaso enfim deram as mãos

Mas não quero te ver aliviado sorrir
Por que julgas estar muito longe daqui?
Só lhe peço que vejas com muita atenção
Que todo o mundo reflete o que meus filhos verão”

Há muito em minhas jornadas não via tamanha miséria como vi em Pandora. Mesmo antes de cruzar suas fronteiras, contemplando-a à distância, ainda não podia entender o que me fez ter Pandora por uma cidade, já que não se parecia com nenhuma que vi em vida, exceto em meus mais confusos pesadelos pueris. O que via, diga-se de passagem, com profundo dissabor, mais se assemelhavam a assentamentos, milhares de barracas debilmente montadas, que como escarlatina manchavam o centro do território da cidade. Tal visão me remetia aos povos nômades do oriente, porém, o cenário atual apresenta-se de maneira profundamente funesta, distinguindo-se dos errantes orientais pelo fato de povoarem aquelas terras por séculos, a geografia desgastada de Pandora denunciava com precisão a ação atroz do homem neste lugar. Cada tenda era acompanhada por uma pequena fogueira que em conjunto produziam uma nevoa densa, negra, que tornava não só a vista, bem como todo o viver em Pandora, mais deprimente ainda. Pude ver que a apatia nos semblantes era um reflexo direto dos céus da cidade, porém, ainda que não soubesse o porquê, podia ver um fio de esperança nos olhos dos pandorianos, sobretudo nos olhos das jovens que com esforço carregavam lenha para alimentar o fogo que ainda ardia simbolizando o por vir.
Ínfimas plantações doentes, mulheres maltratadas tirando água de um rio poluído, o cheiro intoxicante das cinzas e os ratos que povoavam a cidade na proporção de cinco deles para cada habitante, são cenas que me afligirão para o resto dos meus dias, onde nem meus mais atordoantes devaneios escatológicos poderão, em minha memória, tomar seu lugar.
A essa altura, quando não julgava haver coisa mais chocante do que já tinha visto, algo (de forma até irônica) me chama a atenção: em diversos pontos de Pandora, ajuntamentos de crianças sujas e amedrontadas ouviam os anciãos aos gritos, que impunham, ou ensinavam, ainda não sei ao certo, a respeito de um tesouro, tesouro esse que salvará Pandora para sempre, diziam os velhos.
Como não percebi isso antes? Estes eram os primeiros habitantes do sexo masculino que via! E ainda assim só vejo velhos e crianças. Não precisei de muita dedicação para conjecturar onde estariam os homens da cidade.
A julgar por sua sabedoria, caro poeta, creio que, como eu, entendeste que onde os velhos ensinam e as crianças aprendem, cabe aos mancebos e adultos agir!
Sim, todo homem de Pandora estava a procurar o tesouro, ao passo que quando deste eram tiradas as forças e a juventude, restava-lhe ensinar aos que futuramente o substituiriam.
Considero-me um varão trabalhado nas artes do intelecto, mas confesso não entender o porquê de toda uma cidade envolver-se na busca de um tesouro que nem todos têm a certeza de sua existência. Ao menos as mulheres, pensava eu, não se implicavam nessa causa, ledo engano, as pandorianas eram a base de toda busca, é sua assistência que viabiliza a jornada dos homens, logo as esposas, em tese, estão dentro das cavernas ao lado de seus maridos, suportando-os.
Assim, a cidade vive para o tesouro. Por quê?
– O tesouro nos salvará dessa miséria - vociferava o ancião em um sermão quase profético.
Por quanto tempo existirão? Até quando Pandora será lembrada? Quando finalmente perceberão a redundância desprovida de sentidos de todo seu árduo trabalho, de toda sua vida? Quando ser-lhe-ão tiradas as vendas de seus olhos, para que vejam que buscam o tesouro por conta da miséria e vivem na miséria por conta do tesouro. Quando entenderão que tudo que sabem, tudo o que ensinam, tudo que fazem presta-lhes, simplesmente, a mantê-los como prisioneiros em seus cotidianos, sustentando assim, o tipo de infelicidade em que vivem? Peço aos Deuses que, antes de seu iminente fim, dê-lhes tempo para que vejam a enorme pedra de mármore que rolam arduamente para o cume da mais alta montanha, a qual antes de sua subida já estava, pelas leis naturais, fadada à queda. Tornando inútil e infindável qualquer de seus esforços.
_____________________________________________________________________________

Meu comentario:

A história dos pandorianos reflete à história de muitas povos, pessoas que passam suas vidas se dedicando a busca de algo que nao tem nem certeza se existe.
Vejo isso muito nas religiões pra ser sincero, as religiões são como uma enorme feira onde se vendem passaros engaiolados de todos os tipos.
existem dois tipos de prisão, as feites de grade de ferro e as feitas de palavras, e a prisão do povo de pandora era feita de palavras, sim dos velhos que quando crianças ouviram de outros sobre esse tesouro e que ao voltarem sem ele anunciavam as crianças sobre esse mesmo tesouro e viviam assim constantemente, pelo que entendi.
colocavam suas esperanças em algo que nem sabiam se de fato existia, dita por alguém lá atras na no passado dos pandorianos.
Esse é o karma das prisões feitas de palavras, elas nos prendem por dentro, e esse foi o erro dos homens de pandora, se talvez tivessem se organizado e contituidos léis e regras, talvez tivessem vivido mais dignamente ao invés da miseria que estavam.
Somos assim sonhamos o vôo, mas tememos as alturas diria Rubem Alves.
Pra voar é preciso amar o vazio. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência das certezas. por isso trocam o vôo pelas gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as "certezas moram". É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estrenho os engaiolou.
Essa é a analize que eu faço dos pandorianos.

Tom Rodrigues, 28 de julho de 2010.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As oferendas de Tagore.



Postado em 16 de outubro de 2009 por Vasco Arruda

Minhas dívidas são grandes, minhas falhas são enormes e a minha vergonha é secreta e pesada. Todavia, quando venho pedir um benefício, tremo de medo de que a minha súplica seja atendida.

Rabindranath Tagore

[Tagore, Rabindranath. Gitanjali (oferenda lírica). Tradução de Ivo Storniolo. 2ª. ed. São Paulo: Paulus, 1991, poema 28.]

Na semana passada postei neste blog um texto sobre Rabindranath Tagore. Na ocasião citei alguns comentários do poeta a respeito de Cristo. Hoje, conforme prometido naquela ocasião, volto a Tagore para comentar o livro que é considerado por muitos críticos e estudiosos sua obra-prima, e que o tornaria conhecido no Ocidente ao ser traduzido, pelo próprio autor, para o inglês. Refiro-me a Gitanjali (pronuncia-se guitánjali), cujo título foi traduzido como “Oferenda lírica”.

Gitanjali é, todo ele, um grandioso canto de amor a Deus. Nele, Tagore revela toda a força da sua mística e da sua incansável busca de Deus. Este Deus que é tanto mais ansiado e procurado quanto mais se esconde. Por isso, Tagore o denomina Senhor do silêncio. Eis aí a pedra de toque do poema tagoriano. Em Tagore, Deus é uma figura paradoxal, porque, simultaneamente, se revela e se esconde. É algo assim como se Ele aparecesse sempre na semiobscuridade, num lusco-fusco em que só se dá a conhecer parcialmente. No poema 19, reclama Tagore, como num lamento:

“Se não falas, vou encher o meu coração com o teu silêncio, esperando, como a noite em sua vigília estrelada, com a cabeça pacientemente



E, no poema 39, suplica: “Quando o trabalho tumultuoso espalhar por toda parte o seu ruído, isolando-me do além, vem a mim, Senhor do silêncio, com a tua paz e serenidade”.

Para quem conhece a poesia de São João da Cruz, é impossível passar despercebida a semelhança entre os versos do místico espanhol no Cântico Espiritual e aqueles do poeta bengalense expressos no poema 41. Indaga Tagore no início do poema:

“Onde estás, meu amor? Por que te escondes na sombra, por trás de todos? Eles te empurram e passam por ti na estrada poeirenta, pensando que não és ninguém. E eu fico aqui, esperando por horas intermináveis, com as minhas oferendas para ti; os passantes chegam, tomam as minhas flores uma por uma, e a minha cesta já está quase vazia”.

O Doutor Místico, por sua vez, exclama, em tom indagativo: “1. Onde é que te escondeste,/ Amado, e me deixaste com gemido?/ Como o cervo fugiste,/ Havendo-me ferido;/ Saí, por ti clamando, e eras já ido./ 2. Pastores que subirdes/ Além, pelas malhadas, ao Outeiro,/ Se, porventura, virdes/ Aquele a quem mais quero,/ Dizei-lhe que adoeço, peno e morro./ 3. Buscando meus amores,/ Irei por estes montes e ribeiras;/ Não colherei as flores,/ Nem temerei as feras,/ E passarei os fortes e fronteiras” (São João da Cruz. Cântico Espiritual. Em: Obras Completas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984, p. 30).

A propósito do Gitanjali, escreveu Ivo Storniolo no prólogo para a tradução da editora Paulus: “Poderíamos ler este livro em apenas uma hora. Nós o consumiríamos, mas talvez não iríamos perceber o que ele tem a nos dizer, nem a escola de vida que nele se esconde: redescoberta da natureza, percepção do tempo, mistério das relações, demitização das ilusões, anseio pelo absoluto, alegria de descobrir-se amado por tudo e, por trás de tudo, amado por Deus.

“Gitanjali”, conclui Storniolo, “não é um romance, mas livro de vida. É para ser lido pouco a pouco, conferindo a cada momento a percepção poética e mística do autor com a experiência que temos da nossa vida. Ele começa comparando-se com um instrumento nas mãos de Deus (Gitanjali, 1). Ao terminar, ele exclama: “Ó meu Deus, permite que todos os meus sentidos se dilatem, e eu farei este mundo roçar os teus pés, numa derradeira saudação a ti” (Gitanjali, 103). Oxalá cada um de nós possa dizer o mesmo, não mais com as palavras de Tagore, mas com a própria vida” (p. VIII/IX).

Para concluir, quero fazer aqui uma revelação. Enquanto transcrevia os trechos em que comparo Tagore e São João da Cruz, por duas vezes tive que interromper o texto. A primeira, para pegar lenço de papel; a segunda, para lavar o rosto. Em ambas as ocasiões, os meus olhos ficaram tão marejados, que não conseguia distinguir as letras do teclado. É assim que me acontece algumas vezes em que volto aos escritos destes dois grandes expoentes da mística. Embriagados pela busca do Divino, eles cantam. Quanto a mim, um reles e insignificante mortal, silencio e choro à leitura de seus extasiantes versos.

domingo, 4 de julho de 2010

Reforma Intima.


O Filosofo Grego Sócrates disse: ''Uma vida sem reflexão, não vale a pena ser vivida.''
E eu concordo com essa afirmação pelo fato de hoje eu buscar conhecer quem de fato sou.
Estou numa jornada de volta para mim mesmo, rotineiramente sobre os mesmos caminhos, estradas
e pessoas que compõe o meu dia a dia, pois entendo que são nessas que eu vou me achar.
Fui presenteado recentemente por uma amiga gente boa, com um livro bem conhecido pelas
pessoas pelo fato de ele ter sido um desenho animado, seu nome é O Pequeno Principe do francês
Antoine de Saint-Exupéry.
No livro ele fala da obsessão das pessoas grandes por numeros e estatisticas, fala de suas
de suas loucuras em tentar srem pessoas serias e ocupadas.
Ao ler o livro nessa ultima madrugada, refleti que eu precisava de uma reforma intima em meu
ser, sei que meus amigos e chegados dizem constantemente que existe uma criança dentro de mim
que não devo nunca deixa-la morrer, pois esse é meu jeito de ser.
Mas ainda me preocupando com a opinião de pessoas adultas, que se acham maduras.
Criança não tem muita paciência com adulto, porque eu deveria ter.
Quando compreendemos o significado da vida, os números não tem tanta importância, diria Antoine.
Não quero correr o risco de ficar como as pessoas grandes, que só se interessam por números.
Nas sociedades capitalistas, uma ação ou alguém vale na medida em que produz um valor
econômico ou consome algo valorizado pelo mercado. Mas a dignidade de uma pessoa reside
nela mesma, antes de qualquer caraterística econômica ou social.
Quando se encontramos no mundo confuso e consumista de hoje, nossa vida adquire mais encanto
e fica cheia de Graça.
E é preciso uma reforma intima para se entender isso, para ter o espirito do Pequeno Principe, longe
das neuroses dos adultos, mas voltando ao livro, o Pequeno Principe visita alguns planetas, onde em
cada um se reflete o mundo dos adultos preocupados ou com medos e traumas.
O primeiro ele cruza com um Rei que não tinha suditos e mandava em si proprio e pensava mandar
nas estrelas e no sol.
No segundo planeta o Pequeno Principe encontrou um homem vaidoso, que sofria da enorme necessidade
de ser visto pelas pessoas por suas beleza e seus trajes de galá, mas tinha um problema só ele habitava
aquele pequeno planeta e não podia ser visto por mais ninguém.
Ele então parte para o terceiro planeta habitado por um bebado que por vergonha de beber vivia bebado.
Já no quarto planeta ele se depara com um empresário que de tão ocupado estivera a muito tempo com
um cigarro apagado sem tempo de ascender, pois era muito ocupado para isso, contando as estrelas do
céu que ele julgava ser suas assim como o Rei do primeiro planeta visitado pelo pequeno principe.
No quinto planeta o Pequeno Principe encontra um lampeão e um acendedor de lampiões que adora dormir
mas não tem tempo para isso devido ao regulamento de seu planeta, pois um dia em seu planeta equivale
a um minuto no nosso, portanto durante a noite ele acende o lampião e um minuto mais tarde o apago, pois
já é dia, assim constantemente devido ao seu planeta ser pequeno.
Já no sexto planeta ele encontra-se com um velho que é um geógrafo ocupadissimo em escrever as informações
trazidas pelos exploradores que são raros no seu planeta, que aos olhos do pequeno principe era muito grande e bonito.
Mas ao ser perguntado se nele havia oceanos, montanhas, cidades, rios e desertos o velho respondeu não saber
pois não era explorardor, mas geógrafo, ou seja sua função era apenas escrever a informação historica dos
exploradores.
Bom a historia ainda continua, mas paro aqui nesses individuos de cada planeta visitado pelo pequeno principe
e vejo neles as pessoas do meu dia a dia e eu mesmo, preocupados com regulamentos, com números, com cotas
com metas, assassinando o menor dentro de nós. Bom pelo menos eu penso assim e quero continuar criança.
Espero que essa reflexão tenha despertado no minimo em uma pessoas que ler, a quão importante é manter
vivos a crianças que fomos um dias.

No mais é isso.

Tom Rodrigues, Terra da Garoa, 04/07/2010.

Mário Quintana Certezas‏ e Tom Rodrigues não tão certo assim.

Não quero alguém que morra por mim…
Preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível..
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos,
que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento… e não brinque com ele!!!
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia,
e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder
dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim,
sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…e que valeu a pena!!!

Mário Quintana Certezas- Mário Certezas Quintanas
_________________________________________________________

Não gente, não estou frustrado, nem deprimido, mas me chateio com algumas coisas
Queria que as palavras do Quintana fossem verdade em minha vida, mas não são.
Não que eu não queira que sejam, mas parece estar em extinção uma mente livre das
neuroses do consumo e da vontade afetiva de ser vista por outras pessoas.
Porra, parece um câncer a atitudes das pessoas de meu tempo, todas querem ser felizes, mas se escondem numa "toca",e fojem do que mais querem. Sei lá é estranho.
Gosto da minha vida e de quem eu sou, e mais ainda do que eu represento para outras
pessoas, mas se tiver que mudar para entrar nos relacionamentos temporários dos meus contemporâneos, não mudarei, pois a mudança que eu precisava aconteceu sem que eu tivesse visto, ou como se tivesse trocado de camisa, mas foi na mente, no carater onde aconteceu minha maior revolução, portanto Mano Quintana eu torço ardentemente para suas palavras serem verdades em meu ser.

Terra da Garoa, Tom Rodrigues 04/07/2010.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Gondim "auto-excomunhão" do movimento evangélico?



Excomunhão.

Ricardo Gondim


Estou ouvindo o áudio book, “Generous Orthodoxy”, do Brian McLaren, presenteado por meu amigo Carlos Alberto Junior.

Espero e oro para que alguma editora brasileira se apresse em traduzi-lo (quem sabe inglês deveria comprá-lo imediatamente, aproveitando que o dólar está barato).

Quando ouço esse pessoal da “Emergent Church”, com quem tenho grande afinidade, mais me convenço de que o movimento evangélico, ou “evangelical”, permita-me o estrangeirismo, é um barco que faz água.

Há algum tempo, afirmei que não me considero mais “evangélico” e causei espanto entre meus pares. Porém, cada dia que passa, quanto mais notícias ruins sobem dos porões denominacionais, e quanto mais o Youtube mostra piadas sobre o besteirol dos púlpitos, mais convencido fico de que nada tenho a ver com o que foi meu berço religioso.

Minha “auto-excomunhão” do movimento evangélico não é estética, embora eu não tolere mais ouvir os cânticos de poesia rala e de música pobre que fazem sucesso; não agüento mais hinos de guerra, convocando os crentes para pisar os inimigos. Nem falo das coreografias das danças. Horrorosas!

Minha “auto-excumunhão” do movimento evangélico não é ética, embora eu tenha nojo do grande número de políticos que, em nome de Deus, exercem seus mandatos com as mesmas práticas que os mais nefastos; não suporto mais conviver com evangelistas e pastores, donos de um discurso radical quanto ao dogma, ao credo, ao moralismo sexual, e que sabem papagaiar a Reta Doutrina, mas se comportam como inescrupulosos manipuladores, sempre ávidos por dinheiro.

Minha “auto-excomunhão” do movimento evangélico não é doutrinária. Eu continuo crendo na Trindade; tenho a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de minha vida; falo em línguas estranhas desde minha experiência pentecostal; creio e dou testemunho de milagres; oro por libertação de endemoninhados e aguardo novos céus e nova terra.

Minha “auto-excomunhão” do movimento evangélico aconteceu porque não posso conviver com auto-proclamados “teólogos” que guardam suas doutrinas e conceitos como verdadeiras vacas sagradas; não gosto do clima de caça às bruxas, que apedreja e queima quem ousa mexer em “cláusulas pétreas”.

Não tolero a intolerância, não aceito a exclusão, não me sinto bem com discursos fundamentalistas. Acredito que toda interpretação é interpretação e nada mais, e que ninguém – nem Santo Agostinho, nem Armínio e nem eu – tem a última palavra quanto a verdade.

Minha “auto-exclusão” do movimento evangélico aconteceu porque cansei de ficar tentando ler a Bíblia com o literalismo fundamentalista. Acho fatigante ter que, constantemente, fazer ginástica para explicar com a exegese própria dos evangélicos, textos que discriminam as mulheres em Deuteronômio, ou aquele que Deus manda um espírito de mentira para confundir os profetas.

Não quero mais fazer contas para explicar para os adolescentes como a arca de Noé pôde abrigar todos os insetos, mamíferos, aves, répteis e batráquios do planeta.

Minha “auto-exclusão” do movimento evangélico aconteceu porque não tenho mais estômago para ficar ouvindo sermão do tipo: “Deus é poderoso, ele vai fazer milagre”, e fechar meus olhos para os exilados de Darfur, ou para os miseráveis que esperam nas filas dos ambulatórios imundos da baixada fluminense.

Não quero viver a fé ensimesmada e privatizada que tanto se alastrou, e que busca, ou convive, com o conceito burguês de mundo. Na verdade, não consigo mais orar pedindo bênção, proteção, imunidade, prosperidade ou livramento. Não quero ter que exercitar fé para “ver Deus abrir as janelas do céu”.

Minha “auto-exclusão” do mundo evangélico aconteceu porque tenho sede de ser íntimo de Deus; porque, intuitivamente, percebo que a Bíblia possui uma riqueza imensamente maior do que me ensinaram; quero viver na liberdade do Espírito, sem medo das implicações e dos desdobramentos mais “perigosos” dessa decisão.

Minha “auto-exclusão” do mundo evangélico aconteceu porque me apaixonei por Deus de uma maneira que considero linda - mas que fica na contramão da maioria.

Estou tão absolutamente cheio de curiosidade sobre dimensões da verdade que, reconheço, jamais compreenderei completamente; estou com sede de ler como nunca li, rir como nunca ri, dançar como nunca dancei; orar como nunca orei. Quero glorificar a Deus com leveza, sem paranóias de que o diabo vai me pegar se eu der brecha ou que serei punido com rigor se pisar na bola.

Minha “auto-exclusão” do mundo evangélico aconteceu porque hoje vejo meu Próximo como amado de Deus e não mais como filho da ira; de repente, comecei a perceber que a Graça foi espalhada sobre a terra assim como o sol, que indiscriminadamente abençoa.

Tento desvencilhar-me da linguagem excludente dos crentes. Já não tenho medo de dizer que aprecio “música do mundo”, que considero os "Médicos Sem Fronteiras" uma bela expressão do amor de Deus, e que vou estudar, com enólogos, os mistérios dos melhores vinhos. Antes que me esqueça, não acho que treinar para uma maratona seja perda de tempo.

Não me definirei por nenhum movimento porque acho que os movimentos, qualquer um, são cercas que empobrecem; não defenderei uma teologia específica, nem a Relacional, porque não acredito que elas sejam suficientes para explicar o Eterno – Gosto da frase de Paul Tillich: “Deus está para além de Deus".

Para onde vou daqui pra frente? Anseio caminhar humildemente com meu Senhor; vou tentar ser justo, desenvolver um coração misericordioso e amar a paz.

Soli Deo Gloria.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Escutatória





Rubem Alves





Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.

É preciso também não ter filosofia nenhuma.

Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.

Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.

Parafraseio o Alberto Caeiro:

Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.

É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade:

A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...

Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.

Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...

E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64.

Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala.

Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...

Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.

Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...

Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.

Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza.

Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.

É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...

E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.

No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.

Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...

Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.

Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Amizade





Por Daisaku Ikeda

No decorrer da vida, nós desfrutamos a companhia de diferentes tipos de amigos. Os amigos de nossa infância que nós podemos lembrar vagamente. Os amigos da escola primária. O ‘melhor’ amigo da adolescência. Colegas que encontrarmos no serviço. Amigos que compartilharmos bons momentos. Companheiros de farra. E na medida que envelhecemos, um amigo na qual podemos tomar um chá juntos enquanto conversamos.

Não importa em que estágio da vida ou que tipo de amizade. Esta é uma pura conexão entre duas pessoas, um elo de sinceridade mútua, imune aos cálculos de perdas e lucros.

Nas amizades da infância, a criança não é madura o suficiente para valorizar o outro indivíduo com profundidade. Mas, na adolescência aprendemos através do ato de se ter um amigo, acreditar nele e corresponder a sua confiança quer seja por um promessa, que temos a primeira experiência em desafiar a si mesmo e a prezar outras pessoas.

Mesmo entre os quase 6 bilhões de habitantes neste planeta, é muito raro encontrar amigos genuínos e incondicionais nas quais podemos expor o nosso ‘eu’ de modo integral e que serão capazes de nos compreender os nossos sentimentos e pensamentos sem a necessidade de palavras. Tal preciosa amizade pode ser mantida no decorrer de anos.

Eu sinto que é especialmente importante para as mulheres não cresceram longe de seus amigos próximos quando casam ou quando ocorrem grandes mudanças em suas vidas. A medida que envelhecerem, seus pais poderão falecer, poderá ocorrer um divórcio ou mesmo a morte do cônjuge. Este é o inevitável ritmo da vida. Os filhos se tornam independentes e deixam o lar. E no decorrer dos anos, o senso de isolamento na mulher pode aumentar.

Assim, eu penso que a chave para se viver uma vida plena reside no ato de termos ao menos um amigo verdadeiro na qual podemos conversar sobre tudo. Nós choramos por sua dor e dançamos com alegria por sua felicidade. E esta troca de emoções nos torna abertos para o mundo e outras pessoas. Ser uma pessoa de espírito generoso que respeita o caráter e personalidade daqueles ao seu redor – mesmo que estes sejam diferentes – é a base da amizade.

Especialmente valiosas são as amizades que transcendem as barreiras de raça, nacionalidade e outras barreiras. Eu me lembro claramente quando li o livro de Romain Rolland sobre a amizade de duas pessoas. Christophe e Olivier que tinham características contrastantes. Christophe era alemão, Olivier era francês. Enquanto Christophe era forte e cheio de vida, Olivier era fisicamente fraco mas de extrema sensibilidade. A medida que a amizade entre os dois crescia, os dois "se vislumbravam com o que descobriam no convívio mútuo. Havia tanto o que compartilhar…"

Christophe e Olivier debatiam vigorosamente sobre as diferenças entre seu povo, arte, liberdade e humanidade e no decorrer das conversas acabaram descobrindo um novo mundo. Algumas vezes, eles se exaltavam, nos momentos em que não conseguiam entender um ao outro, mas esta amizade foi capaz de sobreviver mesmo quando a França e a Alemanha estava prestes a entrar em guerra uma contra a outra.

Eu tenho a absoluta convicção de que quando construimos redes de amizade que atravessam as fronteiras nacionais, compreendendo que todos somos partes de família humana, nós seremos capazes de sobrepujar todas as barreiras étnicas e religiosas. Por fim, serão estes laços de amizade que irão criar um mundo pacífico.

Desta forma, como podemos dar início a este processo no âmbito pessoal ? Muito simples, basta nos munirmos de coragem, sermos capazes de abrir o coração e começarmos verdadeiros diálogos. Assim, novas e inesperadas amizades poderão surgir.

Fazer e desenvolver amizades depende de cada um, não de outra pessoa. Tudo provém da sua própria atitude e iniciativa. As relações humanas são como um espelho. Logo, se pensa de si mesmo: ‘Caso ele fosse um pouco mais gentil comigo, eu poderia me abrir com ele’, em compensação, a outra pessoa poderia pensar: ‘Caso ela fosse mais franca comigo, eu poderia ser mais gentil’.

Caso haja sinceridade por sua parte, naturalmente, estará cercado de bons amigos algum dia. As pessoas que não temem ser autênticas são capazes de fazer amigos de confiança. Um verdadeira amizade conecta indíviduos auto-confiantes que compartilham um laço em comum. Da mesma forma que um bambuzal, cada bambu se impõe ereto e independente em direção aos céus. Mas, abaixo do nível do solo, aonde ninguém observa, as suas raízes são todas entrelaçadas.

Em contrapartida, a amizade entre pessoas que isentas de uma clara direção na vida pode se tornar estagnada ou dependente. A amizade deve ser mais do que um simples elo com pessoas que passam a maior parte do tempo ao seu lado, o que lhe emprestam dinheiro ou simplesmente são gentis. A verdadeira amizade envolve um comprometimento real e nos impulsiona a cuidar da outra pessoa, mesmo que possamos arriscar o nosso próprio bem-estar em alguma ocasião.

É fácil se encontrar maus amigos que irão encorajar as nossas fraquezas. Em contraste, um bom amigo é realmente difícil de se encontrar. O sr. Makiguti, o professor primário que fundou a Soka Gakkai, dizia que a amizade pode ser dividida em três tipos. Por exemplo: um amigo precisa de dinheiro emprestado. O ato de emprestar o dinheiro é considerado um ato de pequeno bem, enquanto que, ajudá-lo a encontrar um emprego é classificado como um ato médio. Entretanto, caso seu amigo tenha o caráter de ser preguiçoso, então ajudá-lo desta forma somente irá perpetuar seus hábitos negativos.

Neste caso, a verdadeira amizade está em ajudar esta pessoa a mudar sua natureza preguiçosa que é a causa fundamental do seu sofrimento. Um verdadeiro amigo geralmente diz o que algumas vezes não queremos ouvir, mas que é de extrema necessidade para que possamos nos manter ‘na linha’ e que cresçamos integralmente como seres humanos.

Somente um verdadeiro amigo pode tornar nossas vidas duas ou três vezes mais rica. Uma pessoa com tal amigo nunca irá se sentir perdida.

Fonte: Mirror Weekly – Semanário publicado na República das Filipinas – 14/09/1998

domingo, 13 de junho de 2010

O Bom Travesti.



por Rubem Alves

E perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?“ E ele lhes contou a seguinte parábola:

Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: “Vá passando a carteira“. O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.

Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: “Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você.“ Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: “Ego te absolvo...“ Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.

Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: “Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!“ O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, “aleluia!“ e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.

Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: “Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir.“ Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.

Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: “Quem foi o próximo do homem ferido?“
___________________________________________________

Nesses ultimos meses, Rubem Alves, tem sido um amigo a distância para mim
seus textos, suas reflexões e sua maneira instigante e provocativa de escrever
me enriquecem muito. Espero que reflitam no texto.

Bjos do Tom

terça-feira, 8 de junho de 2010

O Pálido ponto azul.

Antes de ler o texto, é necessário ver o video são somente 5 minutos, para o melhor enriquecimento da informação.

http://www.youtube.com/watch?v=EjpSa7umAd8

A Partir desse ponto de observação, a Terra talvez não apresentasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é diferente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram, vivem ou viveram as suas vidas. Toda a nossa mistura de alegria e sofrimento, todas as inúmerasreligiões, ideologias e doutrinas econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de moral, políticos corruptos, “superastros”, “lideres supremos”, todos os santos e pecadores da historia da nossa espécie, ali – num grão de poeira suspenso num raio de sol.
A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de sangue derramados por todos os generais e imperadores para que, na glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma fração desse ponto. Pesem nas crueldades infinitas cometidas pelos habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal distinguíveis de algum outro canto, em seus freqüentes conflitos, em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes. Nossas atitudes, nossa pretensa importância, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, tudo é posto em dúvida por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa obscuridade, em meio a toda essa imensidão, não há nenhum indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve de nós mesmos. A Terra é, até agora, o único mundo conhecido que abriga a vida. Não há nenhum outro lugar, ao menos no futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Goste-se ou não, no momento a Terra é o nosso posto.
Tem-se dito que a astronomia é uma experiência que forma o caráter e ensina humildade. Talvez não exista melhor comprovação da loucura das vaidades humanas do que esta distante imagem de nosso mundo minúsculo. Para min, ela sublinha a responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.

Em 1977, como parte do programa de exploração interplanetária batizada de Voyager,foi lançada na direção de Saturno a sonda Voyager I. Após completar a sua missão, em 1990, uma última foto foi tirada em direção ao planeta Terra, a uma distância de 6.4 bilhões de quilômetros. Esta fotografia ganhou fama e foi batizada de Pale Blue Dot (ou pálido ponto azul), que mais tarde inspirou a confecção de um livro homônimo do brilhante astrônomo norte-americano Carl Sagan, que na época fazia parte do projeto e havia solicitado que a imagem fosse capturada pela sonda.


Na imagem acima, destacada pelo círculo azul, o planeta Terra se apresenta como um insignificante ponto no universo. Olhos desavisados nem ao menos perceberiam sua presença. Não há nada de especial neste ponto luminoso, exceto para nós, que o habitamos. Este é o planeta no qual residimos e que serviu de testemunha para todos os feitos da humanidade. Não conhecemos (ainda) outra forma de vida, senão aquela que aflorou em solo terrestre.

Para nós, seres humanos, é fácil imaginar que todo o universo gira em torno de nossa jovem existência, de nosso planeta tão rico em vida, e tão facilmente desprezamos o fato que nada temos de especial neste colossal universo, senão o fato de que fomos afortunados o suficiente para proporcionar, em dado momento, que a célula primordial viesse a existir.

Dentre tantos planetas, só a Terra possui vida;. Dentre bilhões de planetas que flutuam no nosso universo, não é nada impressionante o fato de a vida ter aflorado em ao menos um deles. Imagine que mesmo se a chance fosse de um em um milhão, ainda assim haveria uma alta porcentagem de favorecimento a alguns desses planetas.

É muito provável, ainda, que existam outros sistemas onde tal fato também se deu. Não é descartada a possibilidade de outros planetas que carregam em seu solo alguma espécie de vida extraterrena, que pode ser, ou não,similar ao que conhecemos por vida. Seja qual for a situação, nossa possibilidade de comunicação com tais seres se vê separada por anos-luz.


Entretanto, como nos lembra bem Carl Sagan, apesar de insignificante, este é o nosso planeta. É tudo o que temos. Não conhecemos ainda meios de migração para outros planetas, e não há qualquer previsão que torne tal acontecimento possível. É preciso cuidar do que temos, pois é o único que temos.

Pense nisso.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um Budista Cristão.




Um dos monges do mestre Gasan visitou a universidade em Tokyo. Quando ele retornou, ele perguntou ao mestre se ele jamais tinha lido a Bíblia Cristã.

"Não," Gasan replicou, "Por favor leia algo dela para mim."

O monge abriu a Bíblia no Sermão da Montanha em São Mateus, e começou a ler. Após a leitura das palavras de Cristo sobre os lírios no campo, ele parou.

Mestre Gasan ficou em silêncio por muito tempo.

"Sim," ele finalmente disse, "Quem quer que proferiu estas palavras é um ser iluminado. O que você leu para mim é a essência de tudo o que eu tenho estado tentando ensinar a vocês aqui."

Conto Zen.

Lendo essas palavras me lembro do um Pastor americano.

Tony Campolo, pastor Batista, em seu livro ‘Speaking My Mind’, conta uma história que traz esta mesma questão. Ele escreve:

“Um evangelista proeminente me contou sobre um encontro que teve com um não-cristão durante sua viagem à China. Enquanto lá, ele visitou um mosteiro, e ao entrar, notou um dos monges em profunda meditação. Impelido pelo Espírito, ele foi conversar com o homem, e com seu tradutor, explicou a história de Jesus. Abriu o Novo Testamento e mostrou-lhe o que a Bíblia ensinava sobre salvação. Enquanto ele falava, ele notou que o monge estava visivelmente movido. Na verdade, haviam lágrimas nos olhos do monge. Meu amigo, o evangelista, então disse, ‘Você não aceitaria Jesus em seu coração e permitiria ser seu Salvador pessoal?”

“O monge respondeu surpreendido, ‘Aceitá-lo?’ Como posso aceitá-lo em minha vida quando ele já está aqui? Todo o tempo em que você me contava sobre ele, eu ouvi seu Espírito dizendo, ‘Ele está falando de mim! Ele está falando de mim!’ Eu não preciso aceitá-lo. Ele já está em mim, afirmando a mensagem de sua Bíblia. Eu o conheci a muito tempo, muito tempo.”


____________________________________________________________

Definitivamente, Deus é livre para se revelar a quem Ele quizer.

Tom Rodrigues


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poder e sucesso, justiça e santidade



Por Jung Mo Sung

A nossa esperança e o nosso testemunho não podem ser fundados na fé em Deus-poder ou na divinização de alguma pessoa, grupo social ou instituição. A fé cristã nos apresenta um caminho inverso: ao invés da divinização de um ser humano muito poderoso ou de alguma instituição social (como o mercado) ou religiosa – proposta sedutora de muitas religiões e ideologias sociais –, o Evangelho de Jesus nos propõe um Deus que se esvazia do seu poder divino para entrar na história como escravo, e como escravo se assemelhar ao humano (Filipenses 2.6,7).

Deus se revela no esvaziamento do poder para mostrar que o poder e o sucesso não são sinônimos da justiça e da santidade. Pessoas ou igrejas que se consideram justas e santas porque são ricas e/ou poderosas ou porque têm muito ibope não conhecem a verdade sobre Deus e sobre o ser humano. Não é a riqueza que lhes dá dignidade e justifica a sua existência; a nossa existência está justificada e nós somos dignos antes da riqueza, poder ou sucesso, pois nós somos justificados pela graça de Deus que se esvaziou do poder porque ama gratuitamente a toda a humanidade e a toda a criação.

Essa fé e esperança podem ser experienciadas quando perseveramos na nossa opção pelos pobres e por uma Igreja mais servidora do Povo de Deus, mesmo quando a contabilidade de nossa luta e a frustração pessoal nos diz que não há mais por que esperar. No momento em perseveramos somente porque amamos é que podemos testemunhar esta esperança que é a esperança cristã, que nasce da morte na cruz de um Deus encarnado.

______________
Jung Mo Sung é professor no Programa de Pós Graduação em Ciências da Religião da Universidade Metodista de São Paulo e concentra suas pesquisas na relação entre teologia/religião – economia – educação.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Amizades, saudades e reencontros.

Um Tributo aos Meus Amigos.


Miserável é o homem que não tem amigos, pobre é aquele que não se deleita nos companheiros.
Deixei meu lado misantropo assim como deixei minhas certesas e convicções, vivo cheio de duvidas, contradições e incertesas. Hoje sei o valor da amizade, compreendo a necessidade da alma humana no calor dos amigos, alias meus amigos salvaram minha vida e esse reflexão que escrevo é um tributo a todos eles, em especial um, grande mano Rodrigo Costa. Se ouve um brother que me fez enxergar esses valores que hoje escrevo aqui foi o Rodrigão. Bom ele sabe porque eu disse a ele, mas foi na pessoa dele quem Deus moldou meu carater e personalidade e fez quem eu sou hoje.
Hoje tenho muitos amigos, alguns encontro toda semana, outras demora semanas e até meses, e outros ainda fazem anos que não vejo mais, mas esse é o curso natural da vida. Boas e más pessoas nos cruzam o caminho, mas na arte de ser um bom ceifador, colhemos frutos para a vida toda, penso comigo que ver amigos todo dia se tornaria chato, pois o gostoso da saudade é saber que em breve nos veremos novamente, e falaremos, se abraçaremos, para depois retornarmos as nossas rotinas e consequentemente nos encontrarmos futuramente, sempre afim de equilibrar nossas forças na dureza da vida diaria.
Nesse ultimo domingo foi meu aniversario e de fato e vi como eu me tornei querido pelas pessoas, serio não achava que era tanto assim rsrsrs recebi abraços de fato sinceros, bolo, presente, e claro meus bons amigos, Thiago Fuschini, Claudia Mano e Carlos Bragantin me presentearam com um mico punk rsrs me expor a frente de uma multidão em que eu não conhecia a metade rsrsrs mas já passou a vontade de mata-los. Obrigado manos queridos.
Também não posso esquecer da supresa que tive na sexta feira que antecedia minha vigésima quinta primavera na terra, a Amiga e professora Renata Miranda me bombardiou com uma cantata de seu mini-coral de alunos primarios da escola em que ela da aula. Ai mana obrigado pelo carinho, não achava de fato que era esse ser emblematico do Caminho que vc descreveu.
Também no mesmo domingo depois que saimos de nosso encontro no Caminho, minha mana Ana Paula Borges e Eu fomos a um conhecido fast food da cidade e comemos um monte de besteira, alias eu né Paulinha, pois vc só beliscou e sempre reclama das coisas virem frias e murchas srsrsr
Mas falando serio, papeamos bastante, falamos de nossas rotinas e encheções de saco e sei que foi muito edificante para ambos nossa conversa, portanto agradeço a nobresa de sua amizade. Quando precisar do Tom sabe que pode contar comigo né.
Como disse Henri Nouwen :"Ao cumprimentar um amigo que está de regresso, vc já sabe que ele terá de deixa-lo novamente...Está intima experiência, em que cada pedacinho da vida é tocado por um pedacinho da morte, pode transpornos para além dos limites da nossa existência".
Obrigado de coração a todos que fazem parte da minha vida, vou tentar ser justo com todos se esquecer de alguém peço que me perdoem, mas esses nomes estão gravados no meu coração.
Obrigado Rodrigo Costa, Charles, Renato (brou), Rafinha, Rafael (piruca),Chicão (pai do Bou e meu também) João Pongellupi Dimas e Natalia, Danilo chileno e familia, Sr Miguel, Diego Putred, Rafael Corpse, Ana Paula Borges e sua mãe Gracinha, Douglas Silva, Junior Skinhead Familia e seu Cachorro yuri, Andre (folha), Jamilton (biriba), Luciano cicatriz, Pedrão, Rodrigo Moriyama (meu shidoshi tanaka), Carlão (laboratorio), Vagner (balança),Alexandre negão, Helio, Simone e Ana Julia, bons amigos que ganhei nesses ultimos 3 meses, Carlos e Paulo Bregantin, Rose e Laudiceia, Sr João e Dna Lurdes, Cynthia Mano (valeu loira) sua mana Claudia, Thiagão Fuschini (nossas baladas na augusta),Fátima e otoniel Macedo, Renata Miranda (meio que minha mãe versão punk), Rosangela barcelos, Adonis (grupo Parabola), Pr Gimenes, Dion, Rafael da Cena, Dinho, Rosangela Lobo, Rosangela Rodrigues (prima) e a todos quanto fizeram parte da vida do Tom. Bjo no coração de todos.

Tom Rodrigues, São Paulo, Terra da Garoa 25/05/2010 as 11:36 da manhã

O DEUS QUE CONHECE OS SEGREDOS DOS CORAÇÕES




Textos para meditação: Salmo 19 e Romanos 10.

Só Deus conhece as pessoas. Ninguém mais. O que acontece entre um ser humano e Deus é sempre um mistério.

Quem crê no Evangelho pode andar com a segurança da vida eterna, pois conheceu e creu. Esta é a segurança.

Quem não ficou sabendo, Deus sabe, entretanto, do que tal pessoa soube. E isto é o que interessa. Deus sabe. E Deus é bom.

E como Jesus é a verdadeira luz que vinda ao mundo ilumina a todo homem, esse assunto pertence a Deus. Somente Ele sabe onde a Luz brilhou.

Quem passa no caminho das Boas Novas e crê, recebe o benefício de andar pacificado e consciente—em fé—de que ele mesmo já está reconciliado com Deus; visto que Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo.

Digo isto porque confundimos o Evangelho de Jesus com a pregação da religião, ou com o testemunho dos homens.

O Evangelho é de Deus, e não dos homens. O evangelho é para os homens, mas não pertence a ninguém na Terra.

Assim, indo...anuncio a Boa Nova a toda criatura; quem crê, vive em paz; quem não crê, não é quem “não aceita a Cristo”, necessariamente; pois, muitas vezes as pessoas ouvem e rejeitam não a mensagem, mas a estranha mistura entre o que seria a mensagem e as embalagens dos mensageiro; e que para a maioria das pessoas parece não se diferenciar da mensagem; visto que boa parte do que nós chamamos de pregação da Palavra, nada mais é que pregação do Cristianismo. E o Cristianismo é um fenômeno humano de natureza político-econômico-religiosa. Portanto, um partido.

Assim, o Cristianismo é apenas uma religião como qualquer outra da Terra.

Somente Jesus sabe quem se abriu e quem se fechou para Ele.

A rejeição ao Cristianismo não é rejeição a Cristo.

Jesus é Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquizedeque; portanto, é salvador não apenas dos descendentes de Abraão ou dos cristãos—pois o próprio Abraão reconheceu que Melquizedeque lhe era superior—; mas é salvador de todo ser humano para quem Deus decidir que as Suas Boas Novas devam ser aplicadas. Seja entre judeus, índios ou americanos.

É meu privilégio pregar o Evangelho. O que me deu vida eu quero que dê vida a todos também. É mandamento de Jesus. É meu prazer dizer ao mundo quem Ele é para cada criatura.

No entanto, eu sei que Deus trabalha até agora...

Sei que o Espírito sopra onde quer. Sei que a verdadeira luz ilumina a todo homem. Sei que o amor de Deus constrange corações em todas partes da Terra. Sei que Ele conhece os corações; e que Ele é amor.

E, sobretudo, eu creio que Ele é soberano e que Sua majestade é pura Graça.

De fato, o que aqui confesso é que há estrelas, jumentos, defuntos, recém-nascidos, galinhas, anjos, ventos, arcanjos, saraivadas, serafins, pregadores, querubins, uirapurus, trombetas, luares, cornetas, chuvas finas, e profecias; olhares, esturros, sussurros e berros; burros, e águias; homens e abelhas; cultos e tragédias; loucuras e sabedorias; e tudo mais que existe, gritando a voz de Deus, e chamando a todos os que habitam sobre a Terra, para que ouçam a voz do anjo que voa pelo meio do céu, e que tem “um evangelho eterno para pregar”, e que diz:

Temei a Deus, e dai-lhe glória; sim, a Ele que criou o céu, a terra, os mares e as fontes das águas.

Minha oração é para que as pedras clamem, os galos cantem, os jumentos falem, as estrelas andem pelo céu, e as muitas águas declarem a Sua Voz.

Meu clamor é para que nossas noites sejam visitadas por sonhos, e que Deus mesmo nos fale e nos ensine o que nos revelou.

Minha esperança é que a Escritura vire Palavra, e a alma não tente se fartar de letras, mas sim do espírito.

Meu desejo, de todo o coração, é que por toda terra se faça ouvir a Sua voz, e as suas palavras até os confins do mundo.

Caio Fabio

Escrito em outubro de 2003, em Manaus

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Jornada de Jesus pelo mundo pós-moderno.

Enquanto construiamos templos, doutrinas, dogmas, sistemas, enquanto institucionalizavamos
os ensinamentos de Jesus em uma religião meramente humana, enquanto buscavamos uma maneira de reformar a religião que carrega o Nome de Jesus, enquanto nos embasavamos em documentos historicos, afim de impor como verdade absoluta muitos anos depois, enquanto tentamos explicar Deus atraves de teologias e filosofias, talvez Ele estivesse fazendo isso abaixo:


Nas mesas de cassinos, junto com os apostadores, dizendo a eles que o jogo era divertido, naquele instante e que parassem e pensassem, em quem realmente eram, se vivam de aparecia, se tinha amigos pelo que possuiam e que o jogo lhes causava um grande mal, o vicio. Duvido muito que Jesus tenha dito a eles : "isso é do diabo" ou " se não pararem irão para o inferno", NÃO duvido mesmo que Ele chegasse a esse ponto, mas apenas mostrar a eles quem realmente eles são, algo impensavel para qualquer religião.




Jesus esteve na festa de casamento de uns amigos, levou até um presente feito na carpintaria de seu pai José, mas algo tinha acontecido, o vinho acabou, talvez Ele não queria se sentir culpado pela "bebedeira" de todos, mas era de sua cultura e de seu povo tais festa e o melhor estava por vir.
E veio ali nascia seu primeiro milagre, justamente o de deixar o pessoal doidão (para o terror de alguns), e além do mais nos mostrou que o vinho acabou a Agua da Vida para quem quer é eterna. Pense nisso.











O Fim não é necessariamente o fim.
Alias o "fim" é o inicio de uma nova vida, o que é loucura para uns e escandalo para outros, mas nessa estrada de terra, saiba Ele sempre estará do seu lado com um balde e uma toalha, afim de lavar e secar seu pés na jornada.









Durante a Guerra, enquanto a religião "Dele" se omitia em fingir não ver nada ele estava no campo ensinado o valor da vida humana e que todos são iguais, alemãos, judeus, ciganos, poloneses, russos.
E ainda carregava o fardo pesado dos soldados.









Nessa vida nós fazemos nossos caminhos e como diz o amigo Vidal os caminhos são variados, ha quem escolhe viver da ganancia seguida de arrogancia, de não saber dividir, gente que faz qualquer coisa para se dar bem na vida, gente que vive da aparecia alheia. Mas Jesus disse de que adianta ganhar o mundo, ter tudo e perder a sua alma. Mas perai é errado ter tudo? Obviamente que não, é errado ser egoista, pensar em si proprio, isso de fato é errado. O tudo no fim não será levado. Pense nisso.


Onde está o nosso coração?
Crianças morrem de fome e nós queremos ser vistos com nossas sacolas de marca saindo do shopping center, só para que os outros vejam que compramos algo de qualidade. Esse é o poder sedutor dos objetos, as Palavras de Jesus não veem afimde destruir nossos sonhos de conquistar alguma coisa nessa vida, mas de nos sensibilizarmos com o proximo diante de tanta coisa inutil que idolatramos, apenas para sermos visto com algum status.











Jesus chamando um jovém rico para uma caminhada saudavel e não para ele dar tudo, mas para ver que o tudo não é tudo de fato.













Enquanto pessoas enlouquecem devido as rotinas loucas de trabalho, Ele tem sempre um colo para aliviar as cargas pesadas
do dia chamado hoje.















Ele gosta de uma festa né.
Não é atoa que era chamado de beberrão e amigo de pecadores, afinal ele está onde eu não estou, onde os seus não estão.
As pedras tão clamando, afinal a maioria de nós está discutindo a melhor maneira de entender Deus.















Jesus não é exclusividade dos cristãos
mas de toda a humanidade, Ele veio
para os homens e não só para uma
classe religiosa.