sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Palmeiras 96 anos de comunhão alviverde.



homenagem de Mauro Beting aos 96 anos do Palmeiras.

Confira:

"Nesta data querida

São 96 anos de Palestra Itália. São 68 de Sociedade Esportiva Palmeiras. São Marcos. Academia do Divino Ademir da Guia.

Somos nós.

A Sociedade Esportiva Palmeiras.

Celebrando 60 anos da primeira das cinco coroas: do time campeão da cidade de São Paulo em 1950 e 1951; campeão do Estado de São Paulo no ano santo de 1950; campeão do Rio-São Paulo em 1951; campeão da Copa Rio para sempre, pelo Brasil e para o mundo.

96! Como 1996. Ano da maior campanha da história do profissionalismo paulista. A do Palmeiras dos 102 gols. Mais um campeoníssimo que não precisa de chancela e de título para saber que era o melhor. Não ganhou mais que um Paulista? E daí? O Palmeiras não se mede por títulos. Paixão é desmedida. Não é fácil contar este Palmeiras de vitórias incontáveis e incontestáveis. Deixem que os outros contem. O palmeirense canta.

No Palmeiras, recordar é vencer. Tudo tem volta. Nesta casa, todos têm volta olímpica. Vencedora. Como o retorno do eterno Felipão. Do mago Valdivia. E do gladiador Kleber. Um palmeirense que pelo clube morreria em nossa arena. Mas, pensando bem e torcendo melhor, onde há verde há vida. Não se morre pelo clube. Ele que nos faz viver e nos faz sentir em casa.

No Palestra Itália. Onde tanta gente que não se entende canta e vibra. Boa gente que só se entende como gente quando é Palmeiras. Onde nós divergimos tanto quanto nos divertimos. Nossa casa está em obras. Volta firme, forte e verde em breve. Como nossos ídolos voltaram este ano ao clube não por questão de escolha. Mas por escola. Porque um palmeirense não escolhe o Palmeiras. O Palmeiras que nos acolhe.

Não é saudosismo. É campeonismo. É aquilo que voltou contra o Vitória, na Sul-Americana. Vitória nossa. Vitória marcante. Vitória felipônica. O espírito de 1999 encarnado na virada. O espírito desde 1914 que faz com que, ao final da partida, todo o elenco saia do gramado em direção à arquibancada. Não só para festejar. Mas para comungar. Era um só corpo, um só espírito, uma só equipe. O time. O alviverde inteiro.

Um clube que teve de mudar de nome, mas não de ideais. Gente que sabe plantar sementes e criar Palmeiras. Podemos perder a casa por um tempo, mas jamais perderemos o nosso templo. Até porque este clube é para ganhar. Amigos e jogos.

Este é o berço da Academia do país do futebol. O palco do Campeão do Século XX. O altar da comunhão palmeirense.

O Palmeiras dos filhos desta pátria mãe gentil, dos netos da Mamma Itália. Da torcida que canta e vibra nos Jardins Suspensos pela paixão, no canto de amor verde e paixão branca de Moacyr Franco.

Mas tanto amor não tem cabimento. Por isso o Palestra precisa ser maior. Moderno como o gramado elevado de 1964. Eterno como o estádio que é nosso há 90 anos. Casa que continuará sendo de cada um quando reabrir os portões para a História.

Quando a nova arena voltar, ela será como o nosso amor: ainda maior; ainda melhor; ainda mais Palestra Itália; sempre mais Palmeiras. Para abrigar cada filho que se ressente do lar ausente. Mas não do amor de mãe, de pai, de filho, do espírito santo palestrino. Do anjo-guardião que nos protege há 500 jogos. Do Divino que nos ilumina em cada campo.

Santos e deuses. Ateus e os que professam outras fés que me perdoem: vocês não sabem o que estão perdendo. Quer dizer... Vocês sabem muito mal quantas vezes já perderam.

Parabéns, Palmeiras, nesta data querida.

Parabéns, palmeirenses, por todos os dias de nossa vida em verde."